"Pesquisadores da América Latina - Argentina, Chile, Colômbia, México, Uruguai, Venezuela e Brasil - reúnem-se para dialogar e trocar experiências sobre estudos acerca da dinâmica da urbanização fora e dentro das metrópoles dos seus países e de suas interfaces"

Apresentação

Sem tratar-se de uma problemática propriamente nova, observa-se hoje um significativo aumento das preocupações com as transformações que surgem nas grandes cidades e regiões metropolitanas tanto na América Latina como no mundo inteiro. Multiplicaram-se os estudos não só dos mais diversos aspectos da dinâmica metropolitana como também as abordagens teóricas e metodológicas.

Em relação às metrópoles latino-americanas, podem-se identificar investigações voltadas:

- À influência da globalização ao processo de metropolização da região;

- Às modificações que ocorrem no interior de suas regiões metropolitanas;

- Aos diferentes determinantes que caracterizam essas mudanças como a re-estruturação produtiva, a descentralização econômica, os novos produtos oferecidos pelo mercado imobiliário, à mudança de padrões de crescimento populacional, etc.;

- Às novas formas da expansão da metrópole que amplia, permanentemente, a sua influência para além das suas tradicionais fronteiras regionais criando novas e mais extensas formas de segregação sócio-espaciais, e

- Ao surgimento de formas de ocupação espacial em áreas rurais dentro e fora das regiões metropolitanas a partir de uma articulação nova entre o urbano e o rural (“rururbano”).

No presente Seminário procura-se reunir autores de países latino-americanos de língua espanhola e portuguesa que trabalham essas questões e cujas abordagens permitirão um aproveitamento para a discussão de uma hipótese que surgiu a partir das nossas investigações acerca desses processos em relação à região metropolitana do Rio de Janeiro.

Tomando como referência o caso do Rio de Janeiro, questiona-se em que medida e até onde as transformações mais recentes nas regiões metropolitanas na América Latina realmente significam uma mera “extrapolação” – com mudanças talvez mais secundárias – da dinâmica metropolitana para áreas cada vez mais extensas no seu entorno. Isto é, se essa expansão continua sob a hegemonia da metrópole e tende a reproduzir e ampliar sua lógica para além de suas tradicionais fronteiras.

Ou, eis a nossa suspeita, se surgem indícios para formas de urbanização que geram novas oportunidades de articulação regional de municípios que ultrapassa sua tradicional mediação no âmbito da rede urbana e dá origem a um lugares relativamente independentes da metrópole que se encontram em áreas próximas (perimetropolitanas).